ORIGEM DO CARNAVAL
Dez mil anos antes de Cristo, homens,
mulheres e crianças se reuniam no verão com os rostos
mascarados e os corpos pintados para espantar os demônios
da má colheita. As origens do carnaval têm sido buscadas
nas mais antigas celebrações da humanidade, tais
como as Festas Egípcias que homenageavam a deusa Isis e
ao Touro Apis. Os gregos festejavam com grandiosidade nas Festas
Lupercais e Saturnais a celebração da volta da primavera,
que simbolizava o Renascer da Natureza. Mas num ponto todos concordavam,
as grandes festas como o carnaval estão associadas a fenômenos
astronômicos e a ciclos naturais. O carnaval se caracteriza
por festas, divertimentos públicos, bailes de máscaras
e manifestações folclóricas. Na Europa, os
mais famosos carnavais foram ou são: os de Paris, Veneza,
Munique e Roma, seguidos de Nápoles, Florença e
Nice.
CARNAVAL
NO BRASIL
O carnaval foi chamado
de Entrudo por influência dos portugueses da Ilha da Madeira,
Açores e Cabo Verde, que trouxeram a brincadeira de loucas
correrias, mela-mela de farinha, água com limão,
no ano de 1723, surgindo depois as batalhas de confetes e serpentinas.
No Brasil o carnaval é festejado tradicionalmente no sábado,
domingo, segunda e terça-feira anteriores aos quarentas
dias que vão da quarta-feira de cinzas ao domingo de Páscoa.
Na Bahia é comemorado também na quinta-feira da
terceira semana da Quaresma, mudando de nome para Micareta. Esta
festa deu origem a várias outras em estados do Nordeste,
todas com características baiana, com a presença
indispensável dos Trios Elétricos e são realizadas
no decorrer do ano; em Fortaleza realiza-se o Fortal; em Natal,
o Carnatal; em João Pessoa, a Micaroa; em Campina Grande,
a Micarande; em Maceió, o Carnaval Fest; em Caruaru, o
Micarú; em Recife, o Recifolia, etc.
GALO
DA MADRUGADA
O Clube de Alegoria Galo da Madrugada,
foi criado em dezembro de 1977, numa reunião de amigos
do bairro de São José no carnaval. O assunto
primordial era a diferença entre os carnavais antigos
e o atual (daquela época). Segundo Enéas Freire,
presidente perpétuo da agremiação a
idéia inicial foi de se formar um clube de frevo.
O clube foi fundado oficialmente em 24 de janeiro de 1978,
na Rua Padre Floriano, 43, no bairro de São José,
O seu principal objetivo é reviver as verdadeiras
origens e tradições do carnaval de rua. Para
isso, O Galo convoca e congrega todos os seus foliões
em um grandioso e sensacional desfile, através das
manifestações mais espontâneas e populares,
unindo clubes de frevo e grupos de mascarados, nessa grandiosa
festa que se realiza todos os anos com êxito.
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O desfile do Galo da Madrugada vem sendo realizado todos os anos
na manhã do sábado de Zé Pereira. Por tradição,
O Galo começa a concentração deste dia, a
partir das 5:30 da madrugada, com toques de clarins anunciando
a alvorada do carnaval pernambucano, além de uma batalha
de confetes, serpentinas e uma salva de fogos, O Galo desfila
pelos bairros de São José e Santo Antônio,
reverenciando o frevo, juntamente com milhares de foliões.
Vários blocos se aliam a grandiosa festa, na véspera
da saída do Galo. O Bloco Azulão, formado por funcionários
do Bandepe (Banco do Estado de Pernambuco), realizam um Acorda
Povo na noite de sexta-feira para a madrugada de Zé Pereira.
Outros blocos e grupos aderem ao cortejo no final do desfile do
Galo, como: O Rabo do Galo, a Galinha do Galo, entre outros.
O Galo da Madrugada é considerado o Maior Bloco Carnavalesco
do Planeta, conforme o GUINESS BOOK, o livro dos recordes, de
1995.
CARNAVAL NO RECIFE
Século XVII - De acordo com as antigas tradições,
mais ou menos em fins do século XVII, existiam as Companhias
de Carregadores de Açúcar e as Companhias de Carregadores
de Mercadorias. Essas companhias geralmente se reuniam para estabelecer
acordo no modo de realizar alguns festejos, principalmente para
a Festa de Reis, Esta massa de trabalhadores era constituída,
em sua maioria, de pessoas da raça negra, livres ou escravos,
que suspendiam suas tarefas a partir do dia anterior à
festa de Reis. Reuniam-se cedo, formando cortejos que consistia
de caixões de madeira carregados pelo grupo festejante
e, sentado sobre ele uma pessoa conduzindo uma bandeira. Caminhavam
improvisando cantigas em ritmo de marcha, e os foguetes eram ouvidos
em grande parte da cidade.
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Século XVIII
- Os Maracatus de Baque Virado ou Maracatus de Nação
Africana, surgiram particularmente a partir do século
XVIII. Melo Morais Filho, escritor do século passado,
no seu livro "Festas e Tradições Populares",
descreve uma Coroação de um Rei Negro, em 1742.
Pereira da Costa, à página 215 do seu livro,
"Folk Lore Pernambucano", transcreve um documento
relativo à coroação do primeiro Rei do
Congo, realizada na Igreja de Nossa Senhora do Rosário,
da Paróquia da Boa Vista, na cidade do Recife. Os primeiros
registros destas cerimônias de coroação,
datam da segunda metade deste século nos adros das
igrejas do Recife, Olinda, Igarassu e Itamaracá, no
estado e Pernambuco, promovidas pelas irmandades de NOSSA
SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS e de SÃO
BENEDITO. |
Século XIX - Depois da abolição da escravatura,
em 1888, os patrões e autoridades da época permitiram
que surgissem as primeiras agremiações carnavalescas,
formadas por operários urbanos nos antigos bairros comerciais.
Supõe-se que as festas dos Reis Magos serviu de inspiração
para a animação do carnaval recifense. De acordo
com informações de pessoas antigas que participaram
desses carnavais, possivelmente o primeiro clube que apareceu
foi o dos Caiadores. Sua sede ficava na Rua do Bom Jesus e foi
fundador, entre outros, um português de nome Antônio
Valente. Na terça-feira de carnaval à tarde o clube
comparecia à Matriz de São José, tocando
uma linda marcha carnavalesca e os sócios levando nas mãos
baldes, latas de tinta, escadinhas e varas com pincéis,
subiam os degraus da igreja e caiavam (pintavam), simbolicamente.
Outros Clubes existiam no bairro do Recife: Xaxadores, Canequinhas
Japonesas, Marujos do Ocidente e Toureiros de Santo Antônio.
O Século
XX - O carnaval do Recife era composto de diversas sociedades
carnavalescas e recreativas, entre todas destacava-se o Clube
Internacional, chamado clube dos ricos, tinha sua sede na
Rua da Aurora, no Palácio das Águias. A Tuna
Portuguesa, hoje Clube Português, tinha sua sede na
Rua do Imperador. A Charanga do Recife, sociedade musical
e recreativa, com sede na Avenida Marquês de Olinda
e a Recreativa Juventude, agremiação que reunia
em seus salões a mocidade do bairro de São José.
O carnaval do início deste século era realizado
nas ruas da Concórdia, Imperatriz e Nova, onde desfilavam
papangus e máscaras de fronhas (fronhas rendadas enfiadas
na cabeça e saias da cintura para baixo e outra por
sobre os ombros), esses mascarados sempre se apresentavam
em grupos. Nesses tempos, o Recife não conhecia eletricidade,
a iluminação pública eram lampiões
queimando gás carbônico. Os transportes nos dias
de carnaval vinham superlotados dos subúrbios para
a cidade. As linhas eram feitas pelos trens da Great Western
e Trilhos Urbanos do Recife, chamados maxambombas, que traziam
os foliões da Várzea, Dois Irmãos, Arraial,
Beberibe e Olinda. A companhia de Ferro Carril, com bondes
puxados a burros, traziam foliões de Afogados, Madalena
e Encruzilhada. Os clubes que se apresentaram entre 1904 e
1912 foram os seguintes: Cavalheiros de Satanás, Caras
Duras, Filhos da Candinha e U.P.M.; este último criado
como pilhéria aos homens que não tinham mais
virilidade. |
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